
Mesmo antes do descobrimento da América em 1492, nossas terras já estavam divididas entre Portugal e Espanha através das lutas Papais do célebre Alexandre VI ou Rodrigo Borgia, pai de César Borgia e Lucrecia Borgia, famosos por suas atitudes sangrentas na época. O Papa era o senhor da Terra e destinava o mundo a quem queria.
Mas vamos à nossa terra e nossa gente, para os quais o Tratado de Tordesilhas não estabeleceu os limites definitivos entre Portugueses e Espanhóis. Praticamente todas as terras do atual estado de Santa Catarina pertenceriam à Espanha. Como é sabido o Brasil foi povoado somente pelo litoral e em Santa Catarina pelo povoamento de São Francisco e Laguna. A primeira referência ao nosso Planalto data de 1541, quando Alvear Nunes Cabeza de Vaca desembarcou no nosso litoral e dirigiu-se a Assunção do Paraguai, onde assumiria como “Adelantado”.
Ao atravessar o Planalto Catarinense ele tomou posse em nome da Espanha e denominou a região de “Província de Vera” em homenagem ao seu avô Pedro de Vera, descobridor das Ilhas Canárias. No Paraguai, Cabeza de Vaca voltou-se para a Bacia do Plata e o Ouro e Prata do Peru, ficando nossa região somente de posse dos indígenas, que em tempos remotos foi habitada por povos “Gualacho”, Guañai ou Guaiana e os Iratus, além de outros que a história não registrou. Povoaram o Planalto índios de tradição Humaitá, que construíram suas casas em buracos na terra e se adaptaram ao clima frio do Sul Brasileiro. Eram os donos das matas de araucárias e se alimentavam do pinhão e da caça. Na serra do Espigão e Taió viviam os fortes Botocudos, que mais tarde viriam a dificultar as viagens dos Tropeiros que transportavam mulas de Viamão até Sorocaba e Minas Gerais.
A Fundação:
Antonio Correia Pinto de Macedo foi dos primeiros Paulistas que estabeleceram Fazendas nos campos das Lagens, então província de São Paulo e também nos campos de São Francisco de Paula na província de São Pedro, campos povoados por gado remanescente das missões jesuítas. Alguns anos após a fundação de Lages em 1766, teve início o grande ciclo econômico do tropeirismo, o que fez com que tropeiros estabelecessem fazendas e se fixassem na terra, formando o povo serrano, do qual todos temos descendência. Homem quieto, que vivia isolado nas grandes estâncias, mas sempre hospitaleiro com os visitantes.
Assim nasceu o Lageano, que preserva a tradição, usos, costumes e cultura desses antepassados, pioneiros transformando a história em versos poéticos, em cantos e musicas.
Poucos são os que conseguem transformar em poesia seus sentimentos, suas origens, sua cultura, perpetuando para o futuro algo rico, imortal e representativo.
Cassiano Pinto faz parte desta minoria que consegue a mágica de compor com palavras e transferir para o grande público o que pensa, sente e quer compartilhar. Cassiano é dos jovens poetas que não perdeu o foco nas suas origens de homem de campo e transforma em poesia toda sua formação cultural e histórica. Quando a poesia se transforma em musica, ai se consegue popularizar os versos, trazendo um entendimento maior a todas as pessoas.
Temos certeza que, com o lançamento do seu livro, Cassiano vai entrar para a elite dos grandes poetas de Santa Catarina, estado que possui autores de reconhecimento em todo o país.
Certamente nosso poeta não vai parar por aqui, pois a mente privilegiada não pode e não deve parar! Novos versos nascerão e serão impressos em novos livros, para a satisfação daqueles que gostam e valorizam a arte poética e a cultura regional.
Laelio Bianchini da Costa Avila
P.: Fiquei muito feliz com o Prefácio do Tio Lelo no livro "Da Minha Querência", um retraro da fisionomia do Serrano.
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