Cassiano Eduardo Pinto
Jean Tarhun
QUANDO O TEMPO ERA MENINO
NÃO LHE CONTAVAM OS PASSOS...
A LIBERDADE ERA VENTO
QUE SOPRAVA NESTES PASTOS!
A TERRA ERA MÃE E IRMÃ,
LHE CHAMAVAM PINDORAMA;
GUARANI NÃO ERAM DONOS...
NÃO SE POSSUI QUANDO SE AMA!
DE ONDE O MUNDO É MAIS VELHO,
TROUXE O VENTO NAUS ESTRANHAS...
E DE LONGE, EM TORDESILHAS
NOS DECLARARAM DE ESPANHA!
COM A PRIMEIRA DIVISA
TRAVOU-SE A PRIMEIRA LUTA...
E HORIZONTES DE NINGUÉM
ESTAVAM AGORA EM DISPUTA.
O FACÃO ABRIU PICADAS
QUE DESAFIAVAM BANDEIRAS...
E MULAS FIRMARAM TRILHAS
QUE NEGAVAM ESTAS FRONTEIRAS.
ASSIM MUDOU-SE O JUGO
QUE ESCAPA À MÃO CASTELHANA...
E ESTAS TERRAS D’ALÉM MAR
SE TORNARAM LUSITANAS!
A MARGEM DE ALGUM RIACHO,
CAVALOS E HOMENS AFLITOS...
E AMARRAS CONTINENTAIS
SE DESFIZERAM NUM GRITO!
ESPADA E POVO EM RISTE,
GRAVANDO EM TERRA, A SORTE
DE VER HORIZONTES LIVRES
OU LUTAR ATÉ A MORTE!
ASSIM ERA DE ESPERAR
QUE UM MANDO, MESMO DAQUI,
NÃO ENCONTRASSE SOSSEGO
E TIVEMOS PIRATINI.
NO AUGE DESTE AFÃ,
CONFORME A HISTÓRIA DESCREVE,
FEZ-SE JULIANA ESTA TERRA!
A GLÓRIA É SEMPRE TÃO BREVE...
TANTAS PÁTRIAS NUMA QUERÊNCIA,
TRAZENDO IDEAIS E NOMES,
CONTAM DA FORÇA ANTIGA
QUE O TEMPO NUNCA CONSOME!
NÃO FECHE OUVIDOS AO POVO
QUE AQUI FEZ IDENTIDADE;
NOS CAMPOS DE CIMA DA SERRA
AINDA SOPRA A LIBERDADE!
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