NEVADA DE 1912

“Dez horas de primeiro de setembro de 1912, começou a cair neve, abundantemente. O céu era púmbleo. Nevou três dias e três noites sem parar!
Foi a maior nevada que caiu na região de São Joaquim e em todo o Planalto Serrano, desde que aquela zona foi habitada. Essa opinião foi então, e é até hoje, tida como verdadeira.
Foi uma coisa espantosa! Um dilúvio de neve! Fenômeno grandioso que envolvia a terra!
Os caibros da casa vergados, estalavam sobre a grossa camada de gelo acumulado; nos matos, as árvores de desgalhavam de alto a baixo, com estalidos secos, perfeitamente audíveis no interior da habitação, onde os familiares, à roda de mamãe, comentavam o fenômeno nunca antes presenciado.
Ao anoitecer pontões e pontões de gado, mugindo, atropelando-se chegavam a sede, rodeando a casa, e ali passavam a noite toda, sob os açoites do vento que rodopiava e sibilava inclemente, com temperaturas abaixo de três graus negativos.”

A natureza com seus ciclos nos brinda em cada estação com peculiaridades, repetindo-se de ano a ano. Como o que sentimos neste rigoroso inverno na Serra Catarina, uma das regiões mais frias do Brasil. Este pequeno trecho de autoria de Enedino Batista Ribeiro, foi extraído de suas memorias, do livro GAVIÃO-DE-PENACHO, Memórias de um Serrano do Insituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, publicado em 1999. Retrata a vida do povo Serrano nos primórdios de 1912. Um registro que vale a pena ser lido por quem deseja conhecer um pouco mais o povo Serrano.

1 comentários:

Cassiano Eduardo Pinto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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